15 March 2017

Humano

       Bom dia caros e caras, como vão todos?

       Ontem eu escrevi um texto um tanto quanto pesado, não sei se o publicarei em algum momento, escrevi pois precisava escoar da minha mente algumas coisas que estavam me perturbando.  Eu gosto de escrever, gosto de me expressar por meio de palavras escritas. Não escrevo para me aparecer, por drama ou seja lá o que pensarem - sinceramente, não me importo com o que pensarem, não escrevo para os outros e sim para mim. Tanto que eu quase não passo o blog para ninguém, somente para quem eu confio de verdade, e eu duvido muito que essas pessoas leiam o blog, mas eu passo mesmo assim. Se essas pessoas passam para outras pessoas, bem, isso já não é meu problema. Até o presente momento não recebi nenhum comentário em meus artigos, e nem ninguém veio falar sobre eles comigo. Acho que seria legal se alguém viesse conversar comigo sobre os artigos, ou receber algum comentário, seria uma surpresa boa. Perfeito seria se a(s) pessoa(s) que eu realmente gostaria que lessem meu blog viesse(m) falar comigo. Aqui eu consigo me abrir 100%, não sou boa com sentimentos - não em sentir, pois eu sinto, e sinto muito!, mas não sou boa em falar e em demonstrar. Quando passo o blog para alguém é porque essa pessoa é importante para mim, gostaria que ela conseguisse me entender e me ver um pouco melhor, gostaria que ela lesse os pequenos pedaços da minha alma e de meus sentimentos. Infelizmente, geralmente, a pessoa que eu mais gostaria que lesse o blog não lê; mas isso faz parte, são as pequenas frustrações que temos que lidar. 
      Acho que uma das maiores dificuldades humanas é perceber o que é importante para o outro, sempre nos baseamos em nós mesmos e esquecemos que o outro tem prioridades diferentes das nossas. Meu blog é muito importante para mim, se eu dei o link para você é porque você realmente é importante para mim, se eu perguntar se você leu o blog é porque, para mim, é extremamente importante que você leia, pois aqui eu falei algo que eu gostaria que você soubesse e eu não consigo falar ou não sei como falar diretamente. Hoje eu estava conversando com uma moça que trabalha comigo, a ML (sempre iniciais), ela é uma boa moça, excelente funcionária e sei que ela tem um bom coração. E infelizmente ela está passando por alguns problemas de saúde, problemas sérios até. Aparentemente ela está desenvolvendo vitiligo, tudo indica que seja isso, porém uma médica bem cruel disse que era câncer, e disse de uma forma muito cruel - ela me contou. Eu fiquei nervosíssima com a falta de tato da médica, eu fui pesquisar sobre câncer de pele e vitiligo e vi que as manchinhas que ela tem na pele correspondem totalmente com o vitiligo e nada com câncer, chamei ela pra conversar e durante a conversa percebi o quanto falta humanidade entre nós, não eu e ela, mas entre nós seres humanos. 
       Sinceramente, eu acho que não vemos mais o outro como um ser, uma pessoa, passível de falhas e com sentimentos, mas somente como algo quase robótico, automático, pessoas que devem corresponder totalmente com aquilo que queremos que elas sejam sem ao menos falar, dizer quais são nossas expectativas. Apenas nos impomos e um abraço se a pessoa não aceitou - e falo isso por mim também - e simplesmente descartamos quando algo não nos convém. Hoje em dia não batalhamos mais pelas pessoas, apenas seguimos em frente, e esquecemos que somos humanos, que temos sentimentos, que erramos e que também reconhecemos nossos erros, que merecemos segundas chances.
       As pessoas com quem me relaciono não entendem minha insegurança, não entendem minhas dúvidas comigo mesma. Quando era pequena passei por uma situação complicada, nesse momento o que mais precisava era do apoio de meus pais, e não o tive. Me senti completamente abandonada, foi uma das coisas mais difíceis de contar para alguém, e não fui acolhida como esperava, talvez seja por isso que tenho tanta dificuldade em me abrir, e creio que foi por causa disso que eu tenho medo do abandono das pessoas que mais gosto. Durante a adolescência eu engordei bastante, e sinceramente eu não ligava para isso. Eu, de certa forma até gostava do meu corpo, meus seios eram enormes! Enormes mesmo! Adorava isso, nada faz com que me sinta completamente feminina como meus seios. E minha mãe muito me criticava - aliás, ainda critica - por estar acima do peso (ao ponto de falar "abaixa a blusa pois suas banhas estão aparecendo" - detalhe: eu tinha abaixado para pegar algo e levantado, e ela estava passando pela porta do meu quarto). Atualmente se eu emagreço ela diz "mas já está bom de emagrecer né?!  Logo, nada está bom. Não se fala para uma menina de 14 anos algo tão cruel assim, isso destrói a auto estima de qualquer um. Então, sempre acho que jamais serei boa o suficiente para ninguém, sempre acho que serei largada do dia pra noite por alguém melhor - seja isso amigos ou namorado. 
      Sinceramente, nos esquecemos que somos humanos, e que dentro de nós bate um coração e não pedra. Não perdoamos as falhas nem dos familiares, exigimos que as pessoas da nossa casa seja como nós queremos que elas sejam, o que dirá sobre quem é de fora? Nos esquecemos de conversar, de compreender, de nos importarmos com o outro, de querer entender o por quê a pessoa que está ao nosso lado é dessa forma. Apenas não nos abrimos, quando alguém pergunta algo não respondemos, não nos abrimos e não damos a oportunidade para que o outro se abra. Chega a ser triste como nos limitamos a relacionamentos superficiais, pegação de uma noite, amigos momentâneos, alegrias instantâneas. Nos contentamos com o superficial, com o fácil, com o insignificante e isso é lamentável! Deveríamos investir em pessoas, investir em amizades, investir em relacionamentos. Todos temos medo, e medo de tudo, às vezes temos medo de ter medo, mas juntos somos mais fortes. Sua vida está corrida, mas tente mesmo assim sair para jantar com aquele amigo querido, ele pode precisar de você e não tem coragem de falar, ou apenas vá tomar um café e se distrair com ele um pouco. Você está com problemas? Peça ajuda para uma pessoa de confiança ou faça terapia, não é vergonha alguma pedir ajuda. Você gosta de alguém, vocês tentaram uma vez e não deu certo? Tenta outra vez! Conversem sobre o que não deu errado, achem um meio termo, procure um terapeuta de casal, sei lá, mas tentem! Não deixe escapar aquela pessoa que você gosta, que te faz falta e que te fez feliz - foque apenas no positivo e trabalhe o negativo, a vida não é uma fuga, não adianta fugir dos problemas. 
       Se tornou muito mais fácil seguir a vida, deixar de lado, fugir do que investir no outro. E isso me assusta, e quem tenta investir, ou quem vai atrás é visto de forma negativa, está implorando afeto sendo que muitas vezes a pessoa não quer perder o outro, quer reconquistar o sentimento, mostrar que aprendeu com os erros, recuperar a amizade ou fazer uma amizade nova. Além de não termos mais interesse pelo outro, não podemos ter interesse, e isso é assustador! Meu conselho para terminar esse texto que já está enorme é: cuide de quem está ao seu lado, perdoe, recomece, dê novas oportunidades e veja o outro como um humano igual você!

3 comments:

Anonymous said...

Só acho que são palavras gostosas de ler, lúcidas, vc consegue empregar muito amor no que diz. Essa é a beleza da vida, as diferenças dos seres. Cada dia que passa, meu orgulho por ter vc em minha vida cresce ainda mais, minha menina num corpo de mulher. A melhor amiga que alguém poderia ser, vc é pra mim. Te amo pra smp. S.T.

Anonymous said...

Mas e se você sonha em achar alguém perfeito pra você, mas está 'preso' a alguém que apesar de te fazer feliz quase sempre não é a sua metade da laranja ideal?

Anonymous said...

Hey! Só para você saber que estive aqui!

Interessante o seu blog! INTENSO!

Identifiquei-me com muitas coisas...

Não é à toa que gosto tanto de vc...

Abs,

Heloísa.