17 September 2018

Preparo

       Olá meus caros e caras, faz tempo que não dou as caras por aqui... Já não sinto mais necessidade de me justificar por minhas ausências, tudo tem um motivo, e conforme o tempo passa eu entendo isso mais e mais. 
       Como já disse a vocês, passei por um relacionamento tóxico, e um certo tempo após isso eu tive um término bem cruel, me machucou muito. Somando esses dois desastres eu morri por dentro, a M. que eu sempre fui, simplesmente morreu, desapareceu, não existia nem em minhas memórias. Isso foi terrível! Lamentável!! Nem eu sei como isso aconteceu... Acho que eu me diminui para caber em mundos menores do que eu sou, e com isso fui sumindo aos poucos, e tudo isso para agradar outros... Não tenho nem palavras para expressar a forma como fico indignada comigo mesma, maaaas esse artigo não é para falar sobre minha "morte", mas sim para falar sobre meu renascimento! 
       Bem, por quase dois anos eu fiquei solteira, completamente solteira, não me envolvi com ninguém, não procurei nem prestei atenção ao meu redor para ver se alguém me olhava, estava fechada para balanço. E realmente estava fechada. Aliás, eu quase não me arrumava para nada, meu armário era composto por peças extremamente básicas, parecia que eu queria ser invisível, eu me sentia invisível! Minha mãe me criticava bastante por esse momento, pois antigamente eu era extremamente vaidosa e me cuidava muito, acho que ela não entendia, eu precisava passar por isso, precisava morrer para poder renascer. Eu não tenho plena certeza de como esse renascimento aconteceu, suponho que tenha uma série de fatores envolvidos nessa situação, e isso também não é meu foco hoje, mas o importante é que eu renasci, isso sim é meu foco agora, é disso que eu quero falar. Certo dia eu estava em casa, me preparando para ir à igreja, e senti vontade de usar uma roupa mais bonita, um salto, e eu estranhei essa vontade - apesar dela ter sido natural em boa parte da minha vida, mas apesar do estranhamento eu fui arrumada. Confesso que me senti MUITO estranha, mas também foi interessante ao mesmo tempo. Sentia um calorzinho no coração, e um frio no estômago, minha cabeça girava, e eu estava bastante insegura. 
       E foi a mesma coisa no final de semana seguinte, mas dessa vez coloquei um salto. E a mistura de sensações foi a mesma, porém, quando calcei meu sapato...parecia que havia subido acima da nuvem que me mantinha morta por dentro. Pela primeira vez, em um bom tempo, eu conseguia ver tudo com clareza, conseguia olhar para mim e ver quem eu sempre fui. A cada passo que dava em meu sapato de salto, mais viva me sentia, mais confiante me sentia. Aliás, posso dizer que tive minha própria experiência de Cinderela, é incrível como o sapato certo pode fazer milagres! E, por mais simplista que pareça, foi assim que renasci. Precisei, realmente, morrer por dentro, aproveitar meu momento de 'invisibilidade', para assim poder retornar às minhas raízes, minha essência, só que mais forte, mais resistente, mais 'eu'. Levar uns tombos da vida faz bem, mas levantar é melhor ainda. Não adianta querer forçar o processo, pois não adianta, e sim aproveitar o tempo de preparo - afinal, não adianta tirar o bolo antes de estar completamente assado, ninguém quer comer um bolo cru, não é?! 

26 February 2018

Valor

       Feliz 2018 meus caros e caras leitores/as.

       Espero que todos tenham passado uma excelente virada de ano, e que seu 2018 esteja excelente. 
       O ano de 2017 foi extremamente pesado, fazia tempo que não chorava como chorei ao longo desse ano que passou, mas apesar de todo o sofrimento, eu também aprendi muito e cresci muito. Acredito que Deus tem um propósito para tudo, e que Ele consegue transformar coisas ruins em coisas boas - e foi exatamente o que Ele fez. Todos os problemas que eu passei fizeram com que eu me aproximasse de Deus e deixasse Ele curar meu coração e mostrar meu valor aos Seus olhos. Percebi algumas áreas que precisava de cura espiritual vinda de Deus, e procurei os meios que minha igreja possui para proporcionar essa cura. Também descobri que tinha uma tendência a ter relacionamentos destrutivos, e que isso me afastava de Deus e destruía minha auto estima, e só aprofundava minhas raízes de rejeição em meu coração. 
       Aliás, relacionamento tóxico não é somente sobre namoros, mas também sobre amizade. Dessa forma, 2017 foi um ano de rompimentos, pois quebrei ciclos viciosos de relacionamentos destrutivos, tanto em namoro quanto em amizades. Deus, em sua infinita bondade, me proporcionou novos amigos ( o J. a G. e o A - principalmente o A).  E as boas, e antigas, amizades (como a J) se fizeram presentes e muito valiosas em momentos difíceis.  Definitivamente 2017 foi um ano exótico! Apesar de ter sido o ano em que mais sofri e chorei, o saldo foi positivo - levando em consideração todo o aprendizado e crescimento. 
       
       Na Bíblia está escrito que somos como vasos nas mãos do oleiro, sendo esse Deus, e que Ele nos molda conforme seus propósitos. Aliás, o Novo Testamento está recheado com passagens que falam sobre os propósitos de cada um. Creio que 2017 foi um o ano que Deus tirou para moldar o meu valor enquanto pessoa. Conforme disse anteriormente, tendo a tendência a ter relacionamentos destrutivos, sejam eles de amizade ou namoro, e com isso a forma como me vejo fica sem referências, perco o sentido do  meu valor para Deus. E somente a partir da aceitação que tenho um valor inestimável para Deus que poderei me portar de forma correta. Duas situações me marcaram ano passado: uma com minha antiga amiga J, e outra com meu amigo A. No começo do ano passei por término doloroso: me trocaram pelo carnaval (hoje eu entendo que foi um perfeito livramento de Deus, e Seu trabalhar em tornar as cinzas em beleza, sou muito grata por esse término pois conforme superei o relacionamento, aprendi meu valor), e fiquei bem mal. Quando chegou o carnaval eu precisei mudar de ares, e corri pedir socorro para essa amiga, J, e ela me recebeu de braços abertos. Fiquei na casa dela por todos os dias desse feriado, e foi exatamente o que precisei. Ela me ouviu, conversamos, vimos filme, comemos e eu conheci pessoas ( porém, por algum milagre, mantive contato somente com o P - já falei dele aqui). Voltei da cidade que ela mora completamente renovada.  Assim pude ver que as pessoas que realmente gostam de nós, sempre estarão lá, sempre estarão disponíveis, apesar do tempo. Sentir esse porto seguro, essa força, foi o que me sustentou por um longo período. O poder do carinho genuíno é imensurável, e faz milagres, cura feridas e nos renova!
       A segunda foi em um feriado no segundo semestre, perto do final do ano. Minha mãe acordou e decidiu passear em uma cidade, relativamente próxima da minha - cerca de 90 km de distância. Vale ressaltar que essa cidade é gigantesca, chegar de um lugar a outro pode levar horas (até mesmo de transporte público). Bem, eu fui para a cidade com minha mãe e irmãs. Chegando no local que visitaríamos tive um 'click', e mandei uma mensagem para o A, pois estava em sua cidade. E prontamente ele disse que viria me ver - detalhe, estava em uma ponta da cidade e ele em outra. Ele levou cerca de duas horas para chegar, e nos encontramos completamente por acaso: eu o estava esperando em frente a uma loja, e a rua estava cheia, uma senhor caiu ao meu lado e ele a socorreu, e eu ofereci ajuda! Foi assim, ficamos três segundos até entender o que havia acontecido. Nos abraçamos muuuito, foi muito bom ter o conhecido pessoalmente - fazemos parte de um grupo de whatsapp sobre um seriado que gostamos. Foi quase mágico! Foi sensacional, ele conheceu minha família e ficamos cerca de cinco minutos nos abraçando! E foi realmente cinco minutos! Ele deveria voltar para casa pois viajaria com sua família. Esse momento foi quando minha ficha caiu sobre o valor de cada um: meu amigo enfrentou duas horas de transporte público para me conhecer e me ver por cinco minutos. Cinco minutos!! Aliás, duas horas para chegar e duas para voltar - para ficar comigo por cinco minutos!! 
       Nesse dia eu entendi que as pessoas, quando querem e tem estima por uma pessoa, elas sempre darão um jeito! Sempre! Conforme o tempo passou desde novembro, tenho aprendido e entendido cada vez mais sobre o meu valor, sobre como Deus me vê. Precisei passar por um bocado de dor, mas entendi que sou valiosa. Dizem que nosso aniversário é como nosso ano novo, que ao ficar um ano mais velha, as coisas mudam dentro de nós. Bem, já faz quase 1 mês que fiz 26 anos, e posso dizer que todos os dias tem sido 'ano novos', tenho aprendido um pouco cada dia. Não creio que meu aniversário tenha sido tão 'bombástico' como as pessoas imaginam, mas foi bom. O aprendizado tem sido constante, e o crescimento idem.  Gosto de aprender mais sobre Deus, sobre o que Ele quer para mim, e como Ele me ver; e dessa forma me nivelar aos sonhos de meu Pai - e confesso que só tenho boas surpresas, alguns puxões de orelha, mas sempre alegria. 

      E é isso que espero de agora em diante: relacionamentos saudáveis, mais de Deus para mim e crescimento constante, sempre na alegria que é estar em Deus.