22 September 2015

Pressão

       Caros leitores e caras leitoras, espero que todos estejam muito bem.  Gosto bastante de reler meu blog, meus antigos posts, e refletir neles. Ver como evolui ou regredi, é possível também, ao longo do tempo, ou como minhas ideias e ideais mudaram, amadureceram e perduraram com o passar dos anos. Confesso que muito daquilo que pensava manteve-se, porém percebi algo tão óbvio, claro e explícito em meu 'eu' passado. Devo dizer que não li todos os posts novamente, vi por cima - afinal fui eu quem escreveu, e sei boa parte dos conteúdos de cada um somente pelas imagens, e foi assim que notei o quanto falei de sentimentos ao longo desse blog. Fiz tantos rodeios, desabafos e epifanias que até me surpreendi. Aliás, é sempre bom quando nos auto-surpreendemos, pelo lado positivo é claro - raramento algo negativo é bom, ainda mais surpresas. 
       Creio eu que o maio baque foi ler e perceber o quanto eu tinha medo de realmente gostar de alguém, de me apaixonar completa e perdidamente e acima de tudo, de não saber lidar com tudo isso. É aquele ditado, quem muito fala pouco faz, muito falava e pensava de sentimentos, do príncipe encantado - e cá entre nós já desencanei dessa história de branquelo dos olhos claros, muito clichê, e superei essa fase. Agora, o que sempre me tirou do sério são caras extremamente altos e magrelos haha - me julguem! Escrevia tanto sobre o príncipe, branquelo, olhos claros, bláblá que talvez isso possa ter sido uma releitura de quem sou ( sim, sou branquela dos olhos claros ). Se for pensar bem, eu acho que era bem isso! Ainda precisava me encontrar, me conhecer e amadurecer enquanto pessoa para depois poder de fato gostar de alguém sem ser tão juvenil, imatura e medrosa. Sim, medrosa! 
       Medo de que você deve estar se perguntando, bem nem eu sei direito, porém acredito que seja de não saber lidar com a situação, de gostar de alguém e sofrer como já havia sofrido no passado, de não ser boa o suficiente, de ter que mudar tudo aquilo que sou, de não aceitarem meus erros passados e por aí vai... No final das contas tudo isso aconteceu, me relacionei com um rapaz por um tempo aceitável, e além de ele não aceitar meu passado, minha personalidade e querer mudar tudo acho que também não soube lidar com a situação, não por ser um namoro ( afinal, sou uma boa namorada - não sou ciumenta, sou de boa, não me importo do cara sair sozinho, de ter amigas, de ver pornografia - até veria junto haha e não nego sexo ), mas sim pelo fato de não ser aceita e viver em um 'regime de ditadura'. Foi quase traumático, mas não ao ponto de querer desistir da paixão - amor vem com o tempo, como já diria minha mãe. Agora sei que devo me relacionar com alguém que me aceite como sou e ponto. 
       O foco do texto não é meu ex, mas sim o medo de me relacionar com alguém e não saber como processar essa paixão. Durante a faculdade tive um relacionamento pingue pongue com um rapaz, íamos e voltávamos o tempo todo ( um cara extremamente alto - acho que o mais alto que conheço - e magro, lindo! ). Sério, o tempo todo! E o motivo é simples, sempre que percebia que estava apaixonada por ele me assustava e pulava fora. Grande besteira! Poderia ter sido um ótimo relacionamento, pois nos tempos em que ficávamos era tão gostoso, não havia exigências, nem cobranças, apenas o sentimento - aliás, eu sou assim, sem cobranças, nem exigências; sou adepta ao movimento deboismo haha. Porém quando percebia que estava indo em uma determinada direção eu surtava, e caia fora. Sumia do mapa até acalmar o corpinho. Me arrependo por não ter seguido o caminho e ver onde ia dar. Hoje já não sinto mais nada por esse rapaz, não mesmo! Enfim, e assim vai a vida, reflexão após reflexão. 
       Consigo ver meu medo, e como ele me atrapalhou; e hoje não quero mais que ele interfira na minha vida. Tudo o que mais quero é apenas deixar a vida rolar, ser feliz, sem stress, apenas ser, viver, amar, rir, sorrir e  dançar conforme a música toca. Não vale a pena entrar em pânico ou sofrer por antecedência, muitas vezes aquilo que está na sua cabeça nem sequer passa pela cabeça do outro, não surte por pensar que fulano quer isso ou aquilo. Se a pessoa com quem você está saindo não te coloca pressão, não fala nada apenas dança conforme a música toca, dance junto. 

16 September 2015

Necessário

       As pessoas são engraçadas, e cada dia que passa percebo como a vida é irônica, e que tudo o que nos cerca não passam de palavras jogadas ao vento e muitas vezes só para fazer bonito. Isso é algo que abomino, não falo nada que realmente não tenha intenção de falar, seja um elogio, um pedido, declaração ou quando ofereço algo. Posso parecer muitas vezes alguém antipático, frio ou seco. Prefiro ser assim do que ser falsa ou uma pessoa fácil, daquelas que fala tudo para todos, oferece ajuda e tece elogios a todos, e naquele momento realmente necessário pula fora. 
       Não entendo pessoas assim, ao meu ver devemos ser constantes e honestos, e não apenas quando convém. Por falar em conveniência... Tem algo mais desapontador do que uma pessoa que apenas quer estar contigo quando é conveniente a ela? Poxa vida colega! Coisas assim são perceptíveis, e tristes. Me considero uma pessoa bastante perceptiva, e além de perceber tudo penso em tudo aquilo que percebi, e aquilo que fica no ar também. Muitas vezes isso se torna um problema pois acabo pensando sobre o que vi/li/ouvi e isso da muito pano pra manga na minha cabeça; e confesso que isso pode ser ao mesmo tempo muito proveitoso mas também incomodo. O lado bom é que muitas vezes percebo algo bom, e isso me consola, pois penso penso e repenso e chego a uma boa conclusão, porém de tanto pensa posso muitas vezes me deparar com um pensamento negativo, e é aí que mora o perigo.  
       Meus caros e lindos leitores, isso é perigoso pois quando começo a me questionar, e de forma negativa, e chego sozinha a uma conclusão posso me desencantar tão fortemente com algo que até assusta. Pessoas bonitas, isso não vale apenas para mim, mas para todos. Sei que ser reservada e tímida pode acabar por fazer muita pessoas se questionarem também, porém sou clara, sincera e constante.  Confesso que muitas vezes me assusto com aquilo que eu mesma sinto e penso, não é fácil lidar com muitas coisas novas ao mesmo tempo. Aliás, não é fácil lidar com coisas, principalmente quando elas são inéditas. Assusta, você não sabe o que fazer e dá vontade de pular fora - muitas vezes. Mas, será que é necessário todo esse medo? Creio que não, no fim tudo é simples. Apegue-se aquilo que a novidade te traz de bom, deixe de lado as dúvidas e receios. Se joga! 
       Quem não arrisca não petisca, não pense muito, apenas faça!

03 September 2015

Alguém

      Já tem dois anos que não escrevo nesse blog, honestamente passei por momentos ao longo desse período que me fizeram ver o que realmente vale a pena. 
       Acho por bem explicar o motivo de meu afastamento, e por consequência motivo da volta. Como vocês já sabem, pois já escrevi aqui, tinha muitos problemas com alergia - e depois de um tempo descobri que aquilo era psoríase ( não é contagioso, apenas hereditário. Muito obrigada pai --' ).  No segundo semestre de 2013 fui fazer um tratamento para esse problema na pele em SP. Fui a um médico ortomolecular homeopata, especialista em psoríase, pra ver se finalmente conseguia me livrar desse mal. Ia uma vez ao mês, inicialmente o tratamento foi um sucesso! Depois de tantos anos sofrendo conseguia me ver sem aquelas marcas vermelhas na pele, e não havia melhor sensação. Apesar de ter mudado totalmente meu cardápio ( não comia mais carnes, alguns vegetais, entre mil outras coisas ) e meus hábitos de higiene também ( sabonete especial, hidratante especial, óleo de semente de uva e óleo essencial de não lembro mais o que), eu estava muito contente. Infelizmente essa minha alegria durou pouco, logo as marcas voltaram e meu mundo desabou. Já não tinha mais vontade de sair de casa, de ver ninguém, e nem de fazer nada. Era terrível. Fiquei assim por uns dois meses, até que em Janeiro de 2014 eu me olhei bem no espelho, caí no choro e fui procurar minha mãe. Disse que já não aguentava mais aquela situação, e que queria procurar a medicina tradicional para resolver essa questão. Uma semana depois fui à uma dermatologista, e duas semanas depois já não havia nada em minha pele. E até então não apareceu mais nada.
       A alegria era contagiante, e hoje vivo mais calma e tranquila, já não tenho vergonha de mim. E acreditem, sentir vergonha de si próprio é um sentimento terrível, mesmo com o corpo coberto você acha que as pessoas irão te ver, ver aquilo que você tanto quer esconder, e olhar com aquela maneira de nojo, discriminação e repulsa. Me ver no espelho não era mais uma prova difícil, aliás não sinto mais medo do espelho. Voltei a comer tudo aquilo que quero, sem restrições. Não como feijão branco nem grão de bico pelo simples motivo de não gostar. Pouco tempo depois dessa recuperação conheci um rapaz, e ele se tornou meu namorado até agosto de 2015. E essa experiência, juntamente com a psoríase, me fizeram ver que não existe nada pior do que você se perder de si mesma.
       Esse rapaz não aceitava meus defeitos e erros da época de faculdade, ele os repulsava e me recriminava por tudo o que fiz - que não foi nada além de me divertir. Ele não fazia nada pois não sabe interagir com as pessoas. Tinha constantemente que mentir, omitir, fingir que nenhuma das minhas tão boas memórias aconteceu. Me despersonalizei de uma tal forma que já não parecia mais comigo, era apenas uma sombra de quem um dia fui. Sentia uma constante culpa e necessidade de recompensá-lo por meus defeitos. Porém tudo o que aconteceu foi antes de o conhecer, mas ele não entendia. Entretanto ele tinhas suas enormes falhas também, mas o foco era apenas em meu passado. Aos poucos passei a não me aceitar mais, e não o aceitava também. Afinal, como é possível aceitar alguém que não nos aceita como somos?
       Percebi que perdi minha personalidade, meu brilho, e minha alegria de viver. De certa forma era até pior do que com a psoríase pois deixei de fazer tudo aquilo que gostava apenas para agradar alguém que não fazia o mesmo por mim. E não vale a pena abrir mão de si próprio, ainda mais por quem apenas quer mais e mais, e não dá nada. E sem contar que ele não gostava de sexo!! Sério! Era horrível. Acredito que só fiquei tanto tempo com ele pois perdi minha essência, caso contrário o teria mandado passear beeem antes. Ainda não sei qual o real motivo dessa perda da minha pessoa. Talvez tenha sido algo lento e progressivo, e por isso não percebi, o que não deixa de ser ruim e triste. 
       Sabe como fui perceber tudo isso? Quando conheci alguém que não se importa com o que fiz, com o que passei, nem nada. Não existe nada melhor do que alguém que gosta de quem você é como é, com defeitos e qualidades, e tudo que já passou. Ainda tenho receio de falar as coisas, me justifico direto, mas estou aprendendo a deixar de ser assim, leves traumas, mas faz parte, e de agora em diante mudar essas justificativas. 
      Nós só percebemos quem somos quando perdemos aquilo que somos, não quero mais passar por isso. Jamais! Quem estiver comigo tem que ser por quem sou. Aprendi que o que realmente importa na vida é nos mantermos fieis aos nossos valores, princípios e personalidade. Não vale a pena perder isso por ninguém, nem seus amigos, costumes e aquilo que você gosta de fazer - independente do que é.  
       A pessoa que quiser estar ao seu lado é por que gosta de você  exatamente como você é, sem tirar nem por. ;)