02 March 2017

Reencontro

     Bom dia Queridos e Queridas, como vão todos ?

       Sempre começo meus artigos perguntando como vocês estão por realmente esperar que todos estejam bem. Nem sempre estou bem quando escrevo aqui estou bem, às vezes chateada, outras magoada, algumas confusa e por fim feliz, depende do momento - ou do assunto trabalhado no artigo.
       Esse mês de fevereiro foi extremamente intenso, aprendi coisas na marra - que ao meu ver é a forma mais dura de se aprender, mas às vezes é a única maneira que nos resta, e isso foi um tanto quanto sofrido (mas que fique claro, esse aprendizado não foi ninguém que me causou, ou alguém que me fez mal, apenas foi algo necessário para minha vida e minha evolução enquanto ser humano), mas ainda bem que pude contar com algumas pessoas para me dar suporte, apoio e consolo. As pessoas que mais estiveram ao meu lado nesse mês foram minha mãe e meu amigo M. Sem eles esse mês teria sido bem mais difícil, minha mãe sempre sendo meu porto seguro e ponto forte (nota mental: sempre me lembrar do positivo dela, mesmo quando ela me irritar ou for grossa, o positivo dela supera o negativo - aliás, acho que deveríamos ser assim com todos, mas nem sempre é fácil fazer isso, geralmente nos deixamos levar pelo momento ruim e nos esquecemos das boas coisas que aconteceram), e meu amigo M que foi minha esperança, meu sorriso e meu coach de pensamentos e evolução humana em alguns pontos de vista que tinha, ele me ajudou a ver coisas de forma diferente, e a entender algumas coisas - espero que essas questões eu sempre continue pensando racionalmente, e não emocionalmente, mas, isso só saberemos mais pra frente.  
      Esse mês foi algo bem inédito e exótico, vim visitar uma amiga minha na cidade onde ela faz mestrado, foi algo bem de última hora, e foi a melhor decisão que tomei, tenho me distraído, conhecido gente e feito coisas novas. Pela primeira vez eu 'pulei' carnaval. Aqui tem carnaval de rua, algo bem tranquilo, bem suave, acho que aqui se manteve a tradição de bloco de carnaval sem se tornar em uma festa baderneira e de pegação pura. Foi uma experiência bem legal. Porém, percebi que estava meio deslocada, já não pertencia mais a esse meio de festa e folia e de pegação. Não estou bebendo por ora, por motivos pessoais, e não por não gostar; pelo contrário, eu gosto sim de beber, mas evito ao máximo ficar bêbada - isso não me pertence mais. Ainda assim o bloco foi legal, conheci pessoas bem interessantes, e talvez meu conceito sobre o carnaval tenha mudado; mas isso é outra coisa que só saberemos com o tempo. Durante a festa comecei a conversar com minha amiga, a J, e falei que talvez aquele ambiente já não mais me pertencia, que havia crescido, e que no momento vejo mais graça em outras coisas. Disse que preferia estar no carnaval com um namorado, curtindo com ele, mas talvez não todos os dias, mas ainda sim com alguém. Vi inúmeros casais nos blocos, e isso me deu uma certa tristeza no coração, pois muitas pessoas acham que estar em um relacionamento é se privar da vida, mas não é. Algumas vezes você abrirá mão de certas coisas pelo namoro, e outras vezes vocês farão as coisas juntos, mas isso é uma maturidade que alcançamos ao longo do tempo. 
       Meu intuito hoje é falar sobre maturidade, sobre pessoas que realçam nosso melhor lado e pincelarei sobre momentos ruins. Caros e caras, maturidade não tem nada a ver com o dígito do ano que você nasceu, mas sim com sua vivência e sua capacidade de distinguir o que vale ou não a pena. Em um mês eu amadureci muito, percebi que não vale a pena se deixar levar por inseguranças bobas ou ser muito rígida, dura e inflexível; essas coisas não nos trazem nada de bom. Esse mês eu cortei meus cabelos, quando algo de muito significativo acontece em minha vida, ou uma mudança muito grande em minha forma de pensar acontece, costumo exteriorizar isso cortando meus cabelos. É libertador. Creio ainda não ter terminado 100% minha mudança, talvez amanhã eu pinte meus cabelos - mas isso ninguém sabe hahaha, chegarei em casa com os cabelos coloridos, e e será uma bela surpresa para aqueles que me viram somente no começo do mês ou antes do carnaval. Mas repito, é apenas uma possibilidade, não sei mais se consigo evoluir nesse mês que já está acabando.  
       A maturidade um dia chega, para alguns mais cedo, para outros mais tarde. Creio que algumas pessoas se recusam a crescer, talvez por medo ou receio. Entendo essa questão de ter medo, eu também tenho muito medo, mas não de amadurecer. Tenho medo de ficar sozinha, tenho medo de não amadurecer, tenho medo de não evoluir, de não conseguir reparar meus erros, de não conseguir me fazer perdoar por pessoas que amo e principalmente medo de não conseguir falar meus sentimentos verdadeiros para as pessoas. Sou excelente com palavras, tenho ótimos argumentos, mas quando é para falar sobre o que sinto ou demonstrar carinho e amor tenho grandes dificuldades, escrevo bem melhor do que falo, sou capaz de escrever uma lindíssima carta de amor, mas se fosse para falar sairia algo bem terrível - posso começar a escrever a carta para a pessoa, e lê-la em voz alta, acho que isso pode ajudar.  Acredito que quem tem receio de amadurecer teme perder aquela 'liberdade juvenil', por achar que perderão os rolês, as bebedeiras até perder consciência, poder pegar todos e todas sem nunca se apegar... 
       Há uma certa preocupação daqueles que querem continuar adolescentes para sempre em perder esse vazio dessa fase, sim, vazio! Noooossa, como assim? - você deve estar pensando, e eu lhe respondo: ao meu ver essa gandaia toda é uma forma de suprir alguma carência. Antes que vocês comecem a me apedrejar deixarei bem claro que: adoro sair, adoro bar, adoro beber, mas não preciso sair pegando todos, beber até perder consciência, não mais pois essa fase já passou. Hoje em dia eu entendo que é muito melhor ter alguém pra quem voltar, alguém pra ir junto, alguém pra estar junto. E isso não quer dizer que vocês se tornarão uma pessoa só, convenhamos, nem tem necessidade, e também não quer dizer que você só estará com a pessoa parceira, mas que tudo fica melhor quando estão juntos, e que os momentos separados são gostosos, também fazem bem, são saudáveis e fazem com que cada reencontro seja como se fosse o primeiro pois bate aquela saudade. Talvez, em um dos meus sonhos mais loucos, estar com alguém é ter um pedaço seu morando dentro de outra pessoa, e; pelo menos pra mim, isso me dá um calorzinho tão gostoso no peito, saber que não estou só. Você pode se perguntar 'mas e o amigos?', os amigos são irmãos fora de nossa família, sinceramente não estaria aqui se não fosse pelos amigos que encontrei ao longo do meu caminho, amigos são dádivas divinas, eu só tenho que reconhecer isso. Porém, o abraço, o carinho, o olhar e o apoio de um amigo é diferente de um parceiro. Meus amigos são essenciais para mim, em todos os momentos, esteja eu em um relacionamento sério ou não, atualmente não me vejo sem a S e nem sem o M - eles são extremamente importantes para mim, o apoio e carinho vindo deles me supre totalmente, mas o relacionamento me transborda. 
       Fiquei solteira por um bom tempo, sem me envolver com ninguém, e nessa época só tinha a S em minha vida, e sempre dizia a ela o quanto ela me supria, mesmo com toda a distância, hoje tenho o M, e ele mora bem pertinho de mim, ele tem aquele abraço masculino acolhedor e protetor, e sei que com eles estarei bem, mas isso não anula a vontade de ter alguém ao meu lado, alguém para me dar suporte quando tudo vai mal, quando passo por nervoso em minha rotina, alguém para partilhar os planos do futuro e fazer planos com a pessoa, alguém para dividir as conquistas e ajudar a pessoa a conquistar tudo aquilo que ela quiser, apoiar quando ela passa por problemas, fazer marmitas e deixar na portaria quando a pessoa está com a vida corrida não consegue comer, ou ainda assim fazer docinhos .  Acho que algumas pessoas acham que não conseguirão ter real prazer em um relacionamento sério, acham que só conseguem se satisfazer com o imoral, com a libertinagem - ou liberdade, pensam que perderão a oportunidade de viver intensamente por estar comprometido com alguém. Eu, em minha vã filosofia, acho que vale a pena se deixar surpreender pela solidez, pela certeza de que alguém estará lá pra você, independente do que aconteça. Sabe, às vezes algumas pessoas encontram-se em momentos diferentes de maturidade, mas se ambos querem estar juntos, vale a pena fazer um esforcinho e ir amadurecendo juntos, cada um em seu tempo e um ajudando o outro. A relação terá seus altos e baixos, mas, enquanto você conseguir lembrar dos bons momentos e sorrir, eles superarão os momentos ruins - eu acho pelo menos. Nada, ao meu ver, supera a alegria de ter alguém, um carinho, um cuidado, um companheiro e acima de tudo: alguém pra quem voltar. 

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